quinta-feira, 8 de agosto de 2024

 Um dia eu tive um ímpeto de desapego e resolvi vender mais da metade dos meus livros para  um sebo.  Recebi por eles um valor irrisório, igual ao que eu havia pago por apenas um dos livros que deixei lá. Um livro que eu havia lido uma vez só e estava em perfeito estado de conservação. 

Não valeu a pena e me arrependi.

Meus livros eram bem cuidados, sem orelhas ou riscos. Alguns eram encapados com papel contato transparente. Um zelo só!

Quando me dei conta do que tinha feito decidi que marcaria meus próximos livros como uma forma de sabotar qualquer futuro desapego em massa. Sublinho frases, faço anotações de referências, percepções e ligações com outros textos e autores. Gosto assim, me parece recíproco que eu marque o livro da mesma forma como ele me marca. Sinto como se, ao riscar meu livro, deixo nele também uma parte de mim. Ele será para sempre meu e será único para mim exatamente por me conter.



quinta-feira, 4 de abril de 2024

Duas cervejas acalmam minha mente. Duas cervejas me tiram do turbilhão de pensamentos em que eu vivo mergulhada e me permitem estar no aqui, vivendo, sentindo “apenas”. E é esse efeito que eu busco sempre que corro para a praia com meu livro e minhas duas ou três cervejas (às vezes quatro). O mar, o sol e a leitura potencializam o efeito que busco no álcool e ajudam a me lançar em um vácuo momentâneo. Suspensa. Com a sensação de me ver de fora, ali eu consigo só ser, estar no agora, estar em mim... sentindo o vento, o calor na pele, o som da vida acontecendo enquanto eu me permito apenas respirar e olhar, como uma passageira. Como a passageira que sou. 

Momentos assim têm me ajudado a manter o equilíbrio. Eu consigo anestesiar quem mais me atormenta, eu mesma. 

sábado, 2 de março de 2024

 Quase oito anos separam o que escrevo hoje do último texto escrito aqui. Tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou. Jamais ousaria, como uma tentativa de atualização, pôr em texto todo esse tempo. 

Eu sou outra e permaneço a mesma. Por hora, isso basta.

Recuperei esse blog há alguns dias. Foi um feito nascido de várias tentativas  doq ue eu achava ser impossível. Como recuperar o acesso a um site o qual eu já nem tinha mais o email que estava cadastrado? Consegui. Fiquei feliz. Reli algumas coisas, não todas. Pensei se deveria apagar os textos doídos sobre o fim do meu casamento. Decidi conservar eles por enquanto, afinal, fazem parte da minha vida também

Pretendo reativar esse espaço como um exercício de escrita, de autoanálise. Como uma ofrma de me reencontrar com quem fui, com quem sou. A correria dos dias me apartaram de mim. Como uma cápsula do tempo, penso em deixar aqui percepções, emoções, acontecimentos, sentimentos. Vai ser interessante poder voltar daqui há alguns anos. Porém, indo na contramão de tudo o que está na internet, não quero ser vista, não desejo ser notada. Vou fazer uma varredura aqui e reduzir ao máximo formas de contato com outros blogs, também não quero deixar rastros de quem sou. Sem identificações. É contraditório se expor na internet e não querer ser vista, mas vou tentando.

Tenho passado por momentos de instabilidade, momentos em que duvido de tudo o que há pouco estava decidido. É difícil e complicado assumir as rédeas do próprio caminho e tudo fica ainda mais desafiador quando somos também responsáveis por outra vida. Me sinto só as vezes, queria alguém para dividir comigo as responsabilidades da vida. Por outro lado, não seria justo incluir alguém na minha rotina louca apenas para me ajudar com as tarefas da vida. Enfim, volto aqui depois e espero que esse espaço me faça bem.

Vai ser bom estar de volta.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Eu não devia esperar que depois de tanto tempo me negligenciando você viesse me procurar agora. Mas espero.
Eu não devia achar que tudo vai se resolver. Não vai.
Está doendo agora, estou com medo, mas vai passar.
Um dia eu vou olhar pra isso tudo e ver o quanto cada lágrima me ensinou.
Sinto muito por tudo ter acabado assim.
Fiz o que pude. Acredite.
Desejo que você seja muito feliz. De preferência, longe de mim.
Não quero ver sua felicidade ao lado de outra pessoa. Não quero saber que outra será o novo motivo de tuas risadas.
Eu vou ser feliz também. Com meu filho, com meus estudos, talvez até com um novo amor...
Mas aquele gostinho vai ficar, a lembrança do quanto fomos felizes e nos fizemos bem, um ao outro, não se apagará jamais. Foi um amor de verão.
Bonito, intenso, sincero, breve. Deixou um filho lindo como fruto.
Mas se foi.

Obs.: depois te tudo isso, eu não devia te amar. Mas eu ainda te amo.

sábado, 23 de abril de 2016

Tem uma coisa que eu queria te dizer, mas não acho que vá mudar algo em nossas vidas: eu acho que a gente não funciona mais.
Não há mais conversas, não compartilhamos risadas... mesmo a saudade está diminuindo.
Não vejo qualquer mudança de atitude e já não consigo viver segurando uma plaquinha pedindo atenção. Talvez tenha acabado pra ti há tempos e ainda não tenhas se dado conta.
Talvez tenha sobrado só o afeto, o desejo de ver alguém feliz.
Fui feliz.
Fui muito feliz enquanto durou.
Serei ainda, mas sem você.
Você ainda é importante pra mim e eu ainda te amo. Mas não vou insistir mais.
Espero que entenda que não estou desistindo de você, estou apenas optando por mim.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

De onde vem esse incômodo se eu sei que é bom pra nós dois?
Sair da zona de conforto é difícil. É como se eu estivesse abrindo mão do meu filho, como se estivesse passando pra outro a responsabilidade que é minha.
Estou quebrando uma convenção social.
Queria poder me aconselhar com minha mãe. É uma pena que eu não tenha aproveitado toda a sabedoria dela, ela poderia ter contribuído muito mais se eu permitisse.
Mãezinha, agora que és luz, peço que me ajude a ir pelo caminho certo. Me ajude a dar importância as coisas certas, me ajude a aproveitar melhor o tempo que tenho com as pessoas.

quarta-feira, 16 de março de 2016

E quando a vida de repente toma um caminho sinuoso, desconhecido?
O que se faz quando vai tudo ladeira abaixo e você já não sabe onde se apoiar?

Tenho sentido falta de um ombro amigo, um apoio que apenas me entenda e dê força, que não me julgue. Já não sei quem sou, há tempos perdi qualquer controle sobre tudo o que me rodeia. Sem tempo, sem espaço, sem felicidade, sem mim. 
Passo os dias fazendo o que dá sem nunca conseguir concluir uma tarefa sequer, sem algo que gere motivação. Deito pensando que foi só mais um dia. Acordo desejando o fim do dia. Vou vivendo, apenas.
A minha única alegria têm sido meu filho,- tão lindo!!- mesmo assim já não consigo dedicar a ele o tempo merecido, nem tenho tido disposição para as brincadeiras que ele gosta.
Tenho cuidado de uma vida que foi planejada para viver a dois. E quando um pula fora, o outro fica sobrecarregado. Todo esforço é encarado como apenas sua obrigação? Sem reconhecimento, sem agradecimento.
Não sei por quanto tempo mais vou aguentar essa situação.
Me entristeço tanto que tudo tenha desaguado aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O que se faz naqueles dias em que o amor viaja?
Naqueles dias em que algo está errado e você não sabe exatamente o quê?
Às vezes, um mal entendido cria uma situação difícil de se desfazer. Você fica magoada por que a outra pessoa amarrou o bode, a outra pessoa amarrou o bode porque você fez algo, mas você não sabe o que foi e ela não quer explicar.
Complicado isso...
Há dias em que tudo dá errado e há dias em que você não tem saco/empenho/vontade de tentar consertar, mesmo sabendo que é necessário e importante.

domingo, 10 de agosto de 2014

Dez de Agosto de dois mil e quatorze, dia dos pais.

Há alguns anos o meu pai saiu de casa e, para minha surpresa, nada mudou muito. Isso me decepcionou um pouco. Quando alguém que você ama sai do seu convívio é de se esperar que a saudade bata mais forte ou que você fique meio perdida, compreensível.
Acontece que o meu pai nunca foi tão presente em casa, também não foi um pai amoroso.
Lembro que quando eu era criança sempre assistia o jornal nacional com ele. Hoje eu me dei conta que ele não assistia comigo, ficávamos lado a lado no sofá, mas eu não podia perguntar nada antes dos comerciais pra não atrapalhar ele. A cada chegada do trabalho eu corria para beijá-lo e quase sempre ele se afastava dizendo que estava suado.
Outras lembranças fortes que eu tenho são de quando ele bebia e do estado de cólera que isso provocava em mim.
Imagino que desenvolvi o hábito da leitura para estar mais perto dele, ou para receber sua atenção, não sei.
Quantas pessoas passam por isso?
Quantas pessoas não tem pai?
Morar na mesma casa que o seu genitor não é garantia de convívio com um pai, alguns pais só sabem ser provedores.
Feira, ok
Roupas de fim de ano, ok
Mensalidade em dia, ok
Mas remoer lembranças não adianta nada e eu só posso fazer uma coisa para tentar melhorar essa situação: cuidar para que meu filho seja um homem que saiba amar e dar carinho. Mostrar pra ele que homem pode chorar sim, pode cuidar e ser sensível com as necessidades alheias, principalmente com as dos seus filhos.
Várias gerações passaram pelo que passo hoje. Muita gente vive (e viveu) sem saber dar amor e eu não quero isso para o meu filho. No que depender de mim, essa corrente será quebrada. Meus netos terão um pai companheiro e atento de quem poderão se orgulhar e ter boas lembranças. E eu... bom, eu ficarei muito feliz sabendo disso.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Meu querido Will

Filho, hoje faz um mês que você chegou a esse mundo louco. Não sei mensurar o quanto minha vida mudou desde então.
Sinto que tudo mudou depois de você, eu sou outra pessoa agora e você é o responsável por tamanha mudança.
Naquele dia eu estava tão insegura e com medo quanto você no momento em que saiu do aconchego da minha barriga. Tudo o que eu havia planejado para o momento da sua chegada ruiu em alguns minutos. Todos os planos, momentos idealizados, tudo mudou em pouco tempo e eu não tive tempo de analisar o caminho que o destino impunha para nós, apenas segui, entendendo que aquilo era o melhor para você. Eu não me perdoaria se algum mal te acontecesse por minha causa. Ali eu entendi que minha vida agora é sua. Que eu nasci para ser sua mãe.
Tenho a sensação de que eu poderia ter mudado esse desfecho se eu tivesse me empenhado um pouco mais. O nosso primeiro encontro não foi da forma como mainha sonhou, mas não pense que a culpa foi sua. Se alguém falhou, fui eu. Serei eternamente sua devedora por isso.
Eu te acolhi da melhor forma possível. Eu te coloquei no peito assim que você veio para os meus braços porque o instinto, muito mais do que qualquer leitura, me dizia que era aquilo que eu deveria fazer.
Você está me ensinando a ser mãe e eu sou grata a você por me ajudar na jornada mais importante da minha vida.
Se eu alguma vez não te der carinho suficiente, me perdoa.
Se no meio da madrugada o sono for tamanho a ponto de eu esquecer de te beijar, abraçar e dizer que te amo, me perdoa.
Se você chorar por se sentir inseguro, me perdoa.
Eu sempre vou estar disposta a te acarinhar, cuidar, brincar, ouvir. Eu sinto que essa é a minha função nesse mundo e se eu falhar um dia, não será por mal, me perdoe e me ensine a melhor forma de satisfazer suas necessidades. Eu te protegerei e apoiarei em todos os momentos da sua vida.

Eu amo você.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Que mania feia essa de dar mais valor a si, de se achar don@ do mundo e da razão.
Em geral, às pessoas só dão o devido valor àquilo que tem quando passam por uma experiência de quase perder.
Quase morte!
Feliz é quem passa por isso e aprende algo.
Quem perde mas aprende a valorizar, ou quem quase perde e consegue retomar e reparar o dano que causou, o que faltou, o que errou.
É necessário ter sempre em mente que não somos nem nunca seremos perfeitos. Nunca!
Só assim podemos ter humildade suficiente pra detectar, assumir e refletir sobre nosso erros.
Sim, você erra. Eu erro. A vida por vezes é bastante injusta, sempre foi assim e sempre será, nos resta somente aprender a dançar conforme a música já que ELA é a dj.
Nos resta refletir sobre o que se faz, o que se vê, ouve, fala...
Refletir e aprender.
Não passamos disso, senhores, aprendizes até o nosso último suspiro.
Mas só chega a essa conclusão e, mais importante, só age de acordo com sua consciência aquele que absorve todo o conhecimento oferecido a cada dia.
Fácil é seguir a maioria. Fácil é não ouvir uma crítica porque ela não lhe apraz.
Fácil demais é colocar a culpa em outro: se a culpa não foi minha, logo, eu não errei. Por que preciso melhorar então?
Fácil é ser superior!
Fácil é seguir o caminho já trilhado e manter uma vida confortável.
Fácil é a vida do boi que só precisa comer e beber o que lhe é oferecido e seguir a boiada.
Pensar em fugir dá muito trabalho.
Romper com tudo àquilo que nos foi ensinado é muito difícil.
Não importa quem me mandou agir como homem ou mulher, tampouco quem disse como cada um deve agir. O mundo é assim desde sempre, mudar não cabe à mim.
E pronto, acabaram todos os problemas: não cabe à mim.


"É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro.
Evita um aperto de mão de um possível aliado, convence as paredes do quarto e dorme tranquilo.
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo."
Dá-lhe, Raul!!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Fé, a Esperança (o Entusiasmo) nos deviam levar à Caridade (o Amor). Paulo é um homem das três qualidades. Mas já falamos de Fé no caminho, que levou São Thiago a se encontrar com a vida. Já falamos de Esperança, caminhar com entusiasmo. Etmologicamente, "entusiasmado" é sinônimo de Divino e significa em grego " ter o Deus dentro de si". Sobra o amor, que Paulo subdivide em Eros, Philos e Ágape numa reverência aos gregos. Ágape, o amor maior, é para nós entendido simplesmente como banquete - então imediatamente pensei em Platão, nos diálogos. O banquete ou Symposion é talvez mais uma narração do que um diálogo, a tradição cultural latina preferiu o nome Banquete e os filósofos germânicos escolheram Symposion. No nosso momento atual, banquete e simpósio são conceitos inteiramente distintos. Mas como a comida, o saber é alguma coisa que posta diante de nós pode ser analisada e se desejada, devorada e metabolizada. O saber e o alimento, e também o objeto amado, passam a fazer parte integrante de nós. Mais uma vez os gregos estavam certos.

Claudia Castello Branco

sábado, 26 de maio de 2012

Carta para o meu bem.


Amorzinho, sonhei com você hoje.

Sonhei que eu estava dormindo e você chegava de surpresa e me acordava com beijos, do mesmo jeito que fazia quando chegava do curso.
Senti sua barba me arranhando, senti seu corpo quente me abraçando.
Tenho sentido tanto a sua falta...
Não me agrada nenhum pouco essas discussões que temos às vezes.
Também não me agrada chorar sozinha na cama.
Eu tenho sentido falta de dias produtivos. Meus dias tem passado como passam os dias de alguém que não tem motivos pra acordar.
Como alguém que só bate o ponto e não tem prazer algum em trabalhar.
Tudo a minha volta está num marasmo sem fim. Sem bons momentos, sem conversas construtivas ou algo novo e satisfatório.
Talvez eu precise mergulhar em mim. Não me preocupar tanto com os outros, ser mais egoísta mesmo.
Talvez eu precise me distrair e fazer coisas que gosto. Mexer-me um pouco, me exercitar até.
Ainda não sei o que é necessário, mas algo tem que mudar.
Não posso viver apenas quando estou ao seu lado.
Minha vida não pode dar pausas a cada 35 dias. Você entende o que eu falo?
Amar é muito bom, é saudável. Mas não dá pra viver em função disso.
Ou dá. Mas eu preciso me amar também e dedicar a mim a mesma atenção que dedico a você.
Eu preciso me encontrar. Encontrar a melhor forma de me ter e assim dar a você o melhor de mim.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

TPM fora de hora

Tem dias que tudo dá errado.
Você acorda com dor de cabeça, encontra pessoas legais que estão inspiradas pra só falar besteira, perde a hora, leva chuva, a sua net tá uma bosta, discute com quem não deveria, ouve quem não merece.
Aff...
Tem dia que é foda viu?
Acho que minha tpm não usa calendário, porque ele nem se importa com datas, ciclo menstrual, nem nada.
Ela é muito mal criada.

sábado, 10 de março de 2012

I miss you!

É serio, amor. Tá muito ruim aqui sem você.
Se arrancar as folhas do calendário fosse solução pra te trazer de volta logo eu já teria feito isso.
Sem você aqui eu me sinto como um rato de laboratório brincando na roda. Eu corro, corro, corro e não saio do lugar.
Eu acordo cedo, trabalho, me alimento, vejo as notícias do dia... Mas sem você parece que tudo isso é em vão.
Nada dá à minha vida a leveza que o seu sorriso dá.
Nada me deixa tão segura quanto seu abraço.
Por mais que eu durma bem, nenhuma noite é completa se ao acordar eu não recebo seu beijo acompanhado de um 'bom dia, vida!'